Agriculturas Urbanas no Rio de Janeiro é um projeto de pesquisa militante que tem como objetivo visibilizar a diversidade de práticas socioespaciais ligadas à agroecologia na metrópole e trazer propostas para o seu fortalecimento. Para isso, olhamos para as ações públicas e os associativismos que incidem nesse campo, mas também para as práticas de trabalho e os projetos de vida dos agricultores. Esta plataforma é um dos produtos da pesquisa e reúne vídeos, mapas e imagens sobre os agricultores, grupos, redes, feiras e movimentos sociais que integram o movimento agroecológico na metrópole. O projeto é resultado de uma parceria entre a Germinal, o Nides e o Observatório das Metrópoles.
EM BREVE
Associativismos
É surpreendente o crescimento do associativismo agroalimentar na metrópole do Rio de Janeiro, ao longo dos últimos vinte anos. Surpreendente diante da ausência histórica de uma cultura produtiva regional que valorize o abastecimento alimentar das cidades fluminenses. E esse crescimento é resultado da expansão e consolidação do movimento agroecológico por todo o país, com destaque para o protagonismo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e, a partir de 2006, da Articulação Agroecológica do Rio de Janeiro. Os movimentos sociais, em suas diferentes formas de organização, contribuem nesse processo ao cumprirem sua função de mediadores, traduzindo as lutas particulares dos agricultores familiares num discurso comum capaz de unificar as ações dos coletivos locais numa luta política mais abrangente, sem enfraquecer a solidariedade de base.
As formas associativas de produção, comercialização e consumo de alimentos saudáveis no Rio de Janeiro são diversas, englobando as associações locais de agricultores familiares, as redes de produtores e de consumidores e os movimentos nacionais de trabalhadores rurais. São coletivos que se entrelaçam em campanhas e lutas pela soberania e segurança alimentar e pela unidade campo – cidade.
Nessa plataforma, centramos nosso olhar nas conexões entre o campo e a cidade, destacando as ações (i) das redes de agroecologia, (ii) dos movimentos sociais e (iii) das feiras agroecológicas.
Nossa intenção é dar mais visibilidade às transformações urbanas, reais e potenciais, que essas práticas coletivas produzem na direção da democratização da cidade e os desafios postos para que se tornem uma força coesa na disputa pelo fundo público e pelo acesso à terra.