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maria de lourdes

ASSENTAMENTO CAMPO ALEGRE, QUEIMADOS - RJ

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“Plantar na cidade é bom, mas não vai ser nunca como se fosse na roça, nunca vai ser como um sítio. (...) Acho que a água pra eles é mais fácil do que pra mim, acho que pra eles o transporte é mais fácil, mas mesmo assim eles tem dificuldade. Tem mais dificuldade que o espaço é pouco. Até para conseguir a DAP, os órgãos competentes para fazer a DAP fica se pendendo porque é urbano, complicado pra liberar (...)

Maria de Lourdes,  Campo Alegre, Queimados - RJ

Maria de Lourdes dos Santos é agricultora em Campo Alegre, Queimados, na Baixada Fluminense. Nasceu e cresceu em Pernambuco, onde já praticava agricultura com sua família, priorizando o autoconsumo. Em 1984, mudou-se para o Rio de Janeiro, período marcado pela criação de assentamentos de reforma agrária na Baixada, em decorrência das lutas populares e ocupações de terras na região.

Ao longo de sua vida, Maria de Lourdes trabalhou em diferentes setores, como atendente de restaurante, cozinheira e diarista. Sua mãe e irmão sempre cultivaram e comercializaram produtos nas proximidades de sua casa. Após o falecimento de seu irmão há cerca de 10 anos, Maria de Lourdes e sua mãe expandiram a produção para atender ao autoconsumo e também para comercialização.

Participando das feiras, Maria de Lourdes se conectou com a Rede CAU, da qual é integrante hoje. No movimento agroecológico, ela conseguiu obter a certificação orgânica para sua produção através do Sistema Participativo de Garantia (SPG), bem como recebeu apoio técnico da ASP-TA e da Fiocruz.

ENTREVISTA

a casa e o lote produtivo no assentamento campo alegre

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ASSENTAMENTO CAMPO ALEGRE

Campo Alegre resultou de uma grande ocupação ocorrida em 1984, envolvendo aproximadamente 700 famílias com o apoio de várias organizações populares. Devido à vasta extensão de terra, foram estabelecidas sete regionais, incluindo a Regional Chapadão, onde Maria de Lourdes reside. Nos primeiros anos da ocupação, houve apoio do governo do estado do Rio de Janeiro, durante a gestão de Leonel Brizola como governador, com a disponibilização de equipamentos para a produção e transporte para a comercialização.

Na década de 1990, foi criada uma cooperativa agrícola (COUAMCA) que reunia a produção das diferentes regionais e comercializava no CEASA. Entretanto, com a interrupção das ações públicas, as famílias passaram anos sem apoio. Algumas regionais mantiveram a organização coletiva para a comercialização, enquanto outras, como a Chapadão, passaram por períodos de desmobilização. O processo de regularização fundiária nunca foi concluído. Recentemente, houve um ressurgimento da organização coletiva, com um apoio significativo do movimento agroecológico e instituições públicas.

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O LOTE PRODUTIVO 

O lote de Maria de Lourdes, assim como os demais em Campo Alegre na Regional Chapadão, possui 3 hectares, dos quais aproximadamente 20% são mantidos como áreas preservadas. Ela conta que sua família sempre praticou agricultura sem utilizar agrotóxicos e com um cuidado especial com a natureza, mas até então não haviam obtido certificações. A partir de sua conexão com as redes de agroecologia, Maria de Lourdes obteve a certificação orgânica e também adquiriu novos conhecimentos para aprimorar seus plantios, como o uso de cobertura de solo, a compreensão dos momentos adequados para o plantio e a participação em espaços de trocas de experiências e sementes crioulas.  Por meio de grupos como a ASP-TA, realizou melhorias em seu sítio, incluindo a implementação de soluções adequadas para o tratamento do esgoto.

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CRÉDITO PRONAF E O CARRO

Com o apoio da EMATER-RJ, Maria de Lourdes obteve a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP) e teve acesso a um crédito que utilizou para adquirir um carro, essencial para o escoamento de sua produção nas feiras agroecológicas, realizadas semanalmente. Ela conta que o transporte para o escoamento é a principal dificuldade para muitos vizinhos, impossibilitando-os de comercializar na Feira da Roça de Queimados.

Outra dificuldade que Maria de Lourdes enfrenta é relacionada à água. A intermitência no abastecimento da rede e a profundidade rasa de seu poço, que tem apenas nove metros, resultam em perdas frequentes de parte de sua produção. Ela menciona que gostaria de acessar crédito para perfurar um poço artesiano profundo, cujo custo é aproximadamente 10 mil reais, porém, até o momento, não conseguiu obter esse suporte por meio do PRONAF.

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ARRANJO FAMILIAR E COMERCIALIZAÇÃO

Para escoar sua produção, Maria de Lourdes realiza viagens semanais de Queimados ao Rio de Janeiro, participando das feiras agroecológicas organizadas pela Rede CAU na Zona Oeste. Embora seja cansativo, ela reconhece que na cidade do Rio há um mercado maior para produtos orgânicos, considerando que em Queimados "todo mundo também tem roça". Além do carro que adquiriu com o crédito do PRONAF, ela conta com o apoio de seu genro, que está disponível três vezes por semana: duas vezes para acompanhá-la à feira e uma vez para buscar as encomendas de orgânicos que Maria de Lourdes recebe de São Paulo e revende.

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"Já falaram pra mim, porque você trabalha tanto se não tem tanta saúde, já é aposentada, e eles não entende, o espírito da coisa (...) se pudesse plantava os 4 cantos desses 3 hectares, de acordo com o que desse"

Maria de Lourdes,  Campo Alegre, Queimados - RJ

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RAÍZES

Aipim.

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HORTALIÇAS

GRÃOS

FRUTÍFERAS

Mamão e maracujá.

Feijão.

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ORNAMENTAIS

escala da produção

MERCADOS

INSTITUCIONAIS

FEIRAS

CESTAS/CSA

VENDA NO LOTE

TROCAS

AUTOCONSUMO

"Muitos aqui não têm carro para transportar a mercadoria, uma condução para levar, tem a Feira da Roça de Queimados, mas muitos não vão porque não tem carro, não tem jegue pra levar, bicicleta muito menos, e também não dá pra levar produto para feira de bicicleta. Ai vendem no sítio mesmo, aipim assim, tem gente que compra na porta. Eu faço minhas feiras de Freguesia, e Vargem Grande, a feira solidária também forneço."

Maria de Lourdes,  Campo Alegre, Queimados - RJ

Destino da produção de alimentos de Maria de Lourdes

Frentes de comercialização não realizadas

COMERCIALIZAÇÃO

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FEIRA DA FREGUESIA E FEIRA DE VARGEM GRANDE (FRAC)

Maria de Lourdes comercializa na Feira da Freguesia, aos sábados, e na Feira  da Roça, Agroecologia e Cultura (FRAC), em Vargem Grande, aos domingos. 

"Na feira a gente vende os produtos, a gente faz amizade, tem cliente que é muito bom, parece que é da família, é muito bom, sempre trocando experiência, tem muita coisa pra ver e aprender, conhece novos companheiros e vai se tornando uma família, toda semana juntos, é muito bom."

Maria de Lourdes,  Campo Alegre, Queimados - RJ

percurso entre a casa da maria de lourdes e a feira agroecológica da freguesia:   59.332 m

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percurso entre a casa da maria de lourdes e a feira agroecológica de vargem grande:   69.958 m

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SALÃO DE BELEZA

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SANDRA E MARIDO

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FILHO, NORA E NETOS

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Tecnologias sociais (TS)

Entendemos como tecnologias sociais (TSs) aquelas produzidas para atender às necessidades de quem as produziu, ou seja, orientadas para a reprodução da vida dos trabalhadores.

 TSs  adotadas

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A Barraca na Colônia Juliano Moreira reúne a produção das mulheres

Forma de cultivo integrado que valoriza a agrobiodiversidade, o consórcio de espécies e as especificidades de cada solo e bioma e, portanto, Livre de agrotóxicos. Prioriza circuitos curtos de produção e consumo e baseia-se em relações de trabalho digno.

HORTA
AGROECOLÓGICA

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A Barraca na Colônia Juliano Moreira reúne a produção das mulheres

COMPOSTAGEM

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A Barraca na Colônia Juliano Moreira reúne a produção das mulheres

processamento/
beneficiamento de
alimentos

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manejo de
plantas
medicinais

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Tecnologias de saneamento que buscam o fechamento dos ciclos hídricos e de nutrientes.

saneamento ecológico

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plantio agroflorestal

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atividade de educação ambiental

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artesanato

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A Barraca na Colônia Juliano Moreira reúne a produção das mulheres

Agricultores que guardam, multiplicam e transmitem através de gerações as sementes crioulas - aquelas adaptadas e selecionadas há décadas nas suas localidades específicas.

guardiã de sementes crioulas

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reciclagem de resíduos sólidos

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preservação da mata atlântica

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SISTEMA PARTICIPATIVO DE GARANTIA

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PANCs
PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS

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