PAULA
AFOJO - Guapimirim, Rio de janeiro
"É muito desafiador [ser associada da AFOJO], mas é importante e enriquecedor também, e a gente não sabe o quanto nossa associação é organizada. Por mais complexo que seja a gente recebe muito projeto porque é isso somos legitimamente uma associação de produtores orgânicos agroflorestais agroecológicos, por mais que a gente se desentende às vezes,(...), todos nós acreditamos no poder da plantação que tem que plantar, admiramos esse ritmo da natureza, ficamos felizes com a plantação do outro”
Paula Rodrigues, AFOJO, Guapimirim - RJ
Paula Cabral Rodrigues tem 31 anos e é agricultora familiar e integrante da Associação dos Produtores Rurais e Artesãos da Microbacia do Fojo (AFOJO), localizada em Guapimirim, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua trajetória na agricultura começou a despontar durante um intercâmbio do Programa Ciências Sem Fronteiras, quando realizou trabalho voluntário em uma fazenda de agricultura biodinâmica na Holanda. Na época, cursava graduação em biologia na UFRJ. Em parceria com seu companheiro, Gabriel, e mais dois amigos agricultores, Paula adquiriu um sítio em Guapimirim, próximo à AFOJO, e deram-lhe o nome de Anarcomuna. Lá, ela se dedica à produção de alimentos por meio de hortas e agroflorestas, comercializando-os tanto através do PNAE quanto em cestas junto à AFOJO.
ENTREVISTA
O SÍTIO ANARCOMUNA, PRODUÇÃO COLETIVA E A AFOJO
PRODUÇÃO COLETIVA
Paula, Gabriel e seus amigos produzem na "Anarcomuna" desde junho de 2018. Além de desenvolverem uma produção diversificada em agrofloresta, incluindo espécies frutíferas, hortaliças e raízes, eles também criam galinhas para a obtenção de ovos, principalmente para consumo próprio. Outra atividade realizada é a produção de óleos essenciais e outros produtos beneficiados através de técnicas de desidratação. Assim como outros agricultores da AFOJO, eles cultivam café e realizam o beneficiamento na associação. Além disso, eles já experimentaram a produção de kombucha e praticam artesanato com elementos naturais, como fibra de bananeira e cipó. Para complementar a renda, oferecem serviços de poda e jardinagem em outros sítios.
RELAÇÃO COM A UNIVERSIDADE
Sendo graduada em ciências biológicas pela UFRJ, Paula reconhece a importância da Feira Agroecológica realizada na universidade, pois foi um ponto de partida significativo em sua trajetória como agricultora. Ela destaca que os agricultores desempenham um papel relevante na disseminação de conhecimento dentro de uma instituição de ensino superior. Além de produzirem alimentos, eles compartilham saberes valiosos, sendo reconhecidos e valorizados pelo corpo universitário que visita a feira e aprende com eles. Paula também ressalta a importância da relação entre a universidade e o Fojo, bem como sua associação. Através da Rede de Agroecologia da UFRJ, a AFOJO recebe colaboração por meio da Feira e do Projeto CASA, que apoia o escoamento da produção por meio de vivências. Por sua vez, a AFOJO retribui à UFRJ com projetos de extensão e pesquisas, contribuindo para a formação acadêmica dos estudantes e para a produção de conhecimento agroecológico dentro da universidade. Essa parceria beneficia ambas as partes, fortalecendo a interação entre o meio acadêmico e os agricultores, além de fomentar o conhecimento em agroecologia.
AFOJO
A AFOJO, enquanto associação, busca exercer seu poder de voz em questões de ordem pública. Como agricultora da AFOJO, Paula participa ativamente de conselhos municipais, como o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDR) e o Conselho da Mulher. Além disso, possui a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que permitiu o seu acesso a outras políticas públicas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), fornecendo alimentos para as escolas estaduais de Guapimirim. A certificação de Paula é realizada através do Organismo de Controle Social (OCS) para venda direta pelo produtor, concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esse certificado reconhece práticas orgânicas do agricultor e facilita o acesso a formações especializadas, como, por exemplo, a formação sobre o manejo do café. Paula prefere o OCS em detrimento do SPG da AFOJO, pois essa escolha permite economizar recursos e proporciona maior autonomia para o agricultor, mesmo que restrinja suas possibilidades de comercialização apenas à venda direta.
COMERCIALIZAÇÃO
Paula participou da Feira Agroecológica de Guapimirim por algum tempo e também da Feira do Produtor Rural de Parada Modelo. No entanto, notou que Feira Agroecológica havia pouca movimentação na Feira da Parada Modelo ocorria uma descaracterização da feira, uma vez que o foco não era nos agricultores e em seus alimentos. Paula fornece alimentos para a merenda escolar através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Através da superação da burocracia, ela conseguiu acessar essa política e estabelecer um fluxo estável para escoar seus produtos. Além disso, também realiza a entrega de cestas, uma estratégia coletiva dos agricultores, para abastecer a região metropolitana, incluindo o Rio de Janeiro e Niterói. Essa iniciativa amplia ainda mais a forma como os alimentos produzidos pela AFOJO são distribuídos e valorizados.
"A gente tem mania do que é mais produtivo, e às vezes não é sobre isso. É sobre o trabalho que você tem mais prazer de fazer, colher o que você mais gosta de processar, produzir o que você mais gosta de vender para merenda escolar.” "
Paula Rodrigues, AFOJO, Guapimirim - RJ
RAÍZES
HORTALIÇAS
Pepino, ora-pro-nobis, pimen-tão, beldroega, pimenta, jiló, couve, maxixe, coentrão selva-gem, vinagreira, terramicina, tomate, bertalha, nirá, pimen-tinha biquinha, manjericão verde e roxo, bertalha coração, taioba, quiabo redondo, peixinho, chaya, al-meirão, hortelã pimenta, hortelã miúdo e oriri.
grãos
FRUTÍFERAS
ORNAMENTAIS
Mamão e maracujá.
Begonia, orelha de elefante, es-pada de são jorge, cactos, suculentas e dracena.
escala da produção
MERCADOS
INSTITUCIONAIS
FEIRAS
CESTAS/CSA
VENDA NO LOTE
TROCAS
AUTOCONSUMO
Destino da produção de alimentos da Sandra
Frentes de comercialização não realizadas
COMERCIALIZAÇÃO
CESTAS EM GUAPIMIRIM E RIO DE JANEIRO
A produção de Paula é voltada principalmente para a merenda escolar, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e para a entrega de cestas na região metropolitana, principalmente no Rio de Janeiro e em Niterói.
FEIRA AGROECOLÓGICA DE GUAPIMIRIM
FEIRA MODELO DE GUAPIMIRIM
"Quero o certificado de orgânico para ser reconhecida mais ainda. Gosto de coisas grandes, queria que nós agricultores urbanos fossemos reconhecidos mundialmente, queria que o pessoal do bairro soubesse onde é a casa da Sandra Agricultora. Queria que as pessoas soubessem onde moram as pessoas que tem o conhecimento da agricultura, que sabem produzir sem agrotóxico, que é possível produzir comida de verdade na cidade."
Paula, AFOJO, Guapimirim - RJ
percurso entre a casa da paula e o centro de guapimirim: 8.760 m
Tecnologias sociais (TS)
Entendemos como tecnologias sociais (TSs) aquelas produzidas para atender às necessidades de quem as produziu, ou seja, orientadas para a reprodução da vida dos trabalhadores.
Forma de cultivo integrado que valoriza a agrobiodiversidade, o consórcio de espécies e as especificidades de cada solo e bioma e, portanto, livre de agrotóxicos. Prioriza circuitos curtos de produção e consumo e baseia-se em relações de trabalho digno.
HORTA
AGROECOLÓGICA
COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
processamento/
beneficiamento de
alimentos
TSs adotadas
manejo de
plantas
medicinais
SALÃO DE BELEZA
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SANDRA E MARIDO
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FILHO, NORA E NETOS
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Tecnologias de saneamento que buscam o fechamento dos ciclos hídricos e de nutrientes.
Tecnologias de saneamento que buscam o fechamento dos ciclos hídricos e de nutrientes.
saneamento ecológico
São sistemas baseados no consórcio de espécies que articulam a produção de alimentos com a restauração da vegetação nativa.
São sistemas baseados no consórcio de espécies que articulam a produção de alimentos com a restauração da vegetação nativa.
PLANTIO AGROFLORESTAL
atividade de educação ambiental
artesanato
Agricultores que guardam, multiplicam e transmitem através de gerações as sementes crioulas - aquelas adaptadas e selecionadas há décadas nas suas localidades específicas.